domingo, 24 de outubro de 2010

Património Cultural em Imagem (XV)


A tradição da Festa Eucarística tem séculos. E a procissão imponente que saía da Igreja Matriz, a percorrer as ruas principais do burgo, deixou cair, no princípio do século XIX, aparatos triunfantes pouco litúrgicos, qual era, por exemplo, um S. Jorge a cavalo, de lança apontada ao dragão. Tal como se aboliu, pela mesma altura, a cena de antigas danças profanas. Verduras e flores dispersas pelos caminhos da Hóstia Santa são também de longa data. Mas os tapetes que chegam aos nossos dias como obra magnífica, ainda não fizeram cem anos. Temos deles notícia segura, pela Imprensa local, do tempo em que a Primeira República ia com cinco anos de vida.

2 comentários:

  1. A solenidade cristã foi instituida pelo Papa Urbano IV, através da Bula Transiturus, em 11 de Agosto de 1264. A noticia mais antiga da festividade em Vila do Conde é de 21 de Julho de 1466. As danças e outras folias foram abolidas, ao que se saiba, pelo Concílio de Trento. O atapetar as ruas com ramagens vem de séculos, imitação da entrada de Cristo em Jerusalém. Os tapetes de flores, tal como hoje os conhecemos, datam do inicio do século vinte, muito embora as cruzes, as pombas e outros arranjos já se fizessem por arte e engenho deste ou daquele habilidoso. Os tapetes com forma foram o aperfeiçoamento desses desenhos. Não se sabe quem as inventou. A Confraria do Santissimo Sacramento, erecta em data muito anterior a 1773, infeliz e lamentavelmente, sem actividade, era a orientadora e organizadora das solenidades.

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  2. Os tapetes de flores são, actualmente, copiados e até adulterados, com a introdução de serim pintado e outros artefactos, em diversas paróquias e localidades. São, no entanto, produto vilacondense pelo nascimento.
    Não haja nisso qualquer dúvida. O tapete de flores que, em Barcelos, se confecciona dentro do templo do "Bom Jesus da Cruz", nada tem a ver com Vila do Conde, pois se trata dum amontuado de flores, e não é para ser pisado.
    Em portugal, Vila do Conde, é a única localidade que apresenta tal demonstração de fé e de originalidade, mptivo pelo qual se pediu o reconhecimento internacional, da UNESCO.

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