sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Antigas Festas, Procissões e Romarias

Aqui se apresentam as Fontes da nossa Imprensa local (e não apenas a indicação heurística) para servir o investigador que venha, algum dia, a centrar o seu interesse no estudo das Festas (as religiosas, mas também algumas cívicas) que o Povo de Vila do Conde realiza, desde tempos antigos do crepúsculo da Monarquia Portuguesa (Anos 70 do século XIX) ao termo da época da Primeira República (princípios dos Anos 30 do século XX). Quem diz Festas Religiosas, diz Procissões e Romarias não raramente manifestações mais importantes da crença, da devoção, do sentimento e da alegria da nossa Gente.

Terceira parte
AS FESTAS
CÍVICAS
NA VILA

FESTA DO 5 DE OUTUBRO, O Democratico, 5-X-1913, 10-X-1915
                                                  A Republica, 10-X-1915



















O Partido Republicano vilacondense, tendo à sua frente o nosso Município, organizou e levou a efeito, no passado dia 5 do corrente, 2º aniversário da Implantação da República Portuguesa, ruidosas festas.
Além dos festejos populares, com iluminações, músicas e fogo de artifício, houve um cortejo cívico em que se incorporaram a Câmara, magistrados e empregados públicos, associações locais, escolas primárias desta vila e concelho, carros alegóricos, etc, etc, e uma sessão solene, no Teatro Afonso Sanches, com distribuição de prémios aos professores e alunos mais distintos.
                                                                     Illustrção Villacondense, X-1912

Três anos de canseiras se passaram por sobre o advento da Causa Republicana... Manuel d'Arriaga continuará para nós a ser o venerando ancião, o enorme talento, incumbido de responder às aspirações dum Povo. Viva a República!
                                                                    O Democratico, 5-X-1913

FESTA DA ÁRVORE, O Democratico, 20-II-1916, 5-III

FESTA DO 1º DE MAIO, O Democratico, 9-V-1915, 4-V-1919

FESTA DA FLOR, O Democratico, 15-IV-1923

____________________________________


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Antigas Festas, Procissões e Romarias

Aqui se apresentam as Fontes da nossa Imprensa local (e não apenas a indicação heurística) para servir o investigador que venha, algum dia, a centrar o seu interesse no estudo das Festas (as religiosas, mas também algumas cívicas) que o Povo de Vila do Conde realiza, desde tempos antigos do crepúsculo da Monarquia Portuguesa (Anos 70 do século XIX) ao termo da época da Primeira República (princípios dos Anos 30 do século XX). Quem diz Festas Religiosas, diz Procissões e Romarias não raramente manifestações mais importantes da crença, da devoção, do sentimento e da alegria da nossa Gente.

Segunda parte
AS FESTAS
RELIGIOSAS
NO CONCELHO

Em ARCOS
       FESTA DE S. JOÃO BAPTISTA, O Vilacondense, 5-VII-1907

Em ÁRVORE
       FESTA DA SENHORA DA BOA NOVA, Jornal de Villa de Conde, 25-VIII-1888, 5-IX
                                                                            O Ave, 8-IX-1892
                                                                            O Democratico, 2-VIII-1914, 8-VIII-1915
       FESTA DE S. SEBASTIÃO, O Democratico, 18-III-1917
                                                              
Em AZURARA
       FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, O Vilacondense, 20-VI-1928
       FESTA DE NOSSA SENHORA DAS NEVES / ROMARIA DOS ANÉIS,
                                                                             Jornal de Villa de Conde, 1-VIII-1888
                                                                             O Villacondense, 7-VIII-1907, 10-VIII, 16-VIII
                                                                                  25-VII-1908, 8-VIII, 17-VIII, 31-VII-1909
                                                                                  6-VIII-1910, 19-VII-1928, 2-VIII
                                                                              O Democratico, 2-VIII-1914, 8-VIII-1915,
                                                                                  4-VIII-1918, 10-VIII-1919, 17-VIII-1920
       PROCISSÃO DE CINZAS, O Villacondense, 14-II-1908
                                                     O Democratico, 5-III-1922
       PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS, O Democratico, 18-III-1917              
       FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, O Democratico, 26-IX-1915
       FESTA DE SANT'ANA, Jornal de Villa de Conde, 25-VII-1888
                                                O Villacondense, 24-VII-1909
                                                O Democratico, 26-IX-1915
       FESTA DE SÃO DONATO, O Correio do Ave, 28-V-1889
                                                      O Ave, 27-VII-1892
                                                      O Democratico, 30-I-1926
       S. SEBASTIÃO, O Bem Publico, 9-II-1899
       SANTA LUZIA, O Partidario, 23-IX-1899

Em FAJOZES
       FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, O Democratico, 7-IX-1919   
                                                                                 O Vilacondense, 2-VIII-1928
       FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, O Democratico, 19-VII-1914
       FESTA DE SANT'ANA, O Villacondense, 30-VII-1910
                                                O Democratico, 13-VI-1915, 25-VII, 1-VIII
       FESTA DE S. SEBASTIÃO / S. MIGUEL, O Vilacondense, 24-V-1928

Em FERREIRÓ
       FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, O Villacondense, 1-VI-1907, 11-VI

Em GIÃO
       FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, Jornal de Villa de Conde, 17-VII-1888,
                                                                                 27-VI-1915
       FESTA DE SANTO ESTÊVÃO, O Vilacondense, 19-VII-1907

Em GUILHABREU
       FESTA DE S. SEBASTIÃO, O Vilacondense,18-II-1917
       ROMARIA DE SANTA EUFÉMIA, Illustração Villacondense, VIII-1912
                                                                   O Democratico, 22-IX-1914, 21-IX-1919




















De Vila do Conde ao monte de Santa Eufémia a distância deve exceder a doze quilómetros... Dali é admirável o horizonte que se apresenta à vista. À distância, arredores do Porto com os seus bem tratados casais, o Sameiro, em Braga, e Penha em Guimarães, menos distante a Póvoa e Vila do Conde, tudo num belo conjunto, e a perder de vista, o mar imenso e grandioso...
A romaria em nada difere das outras do Minho, concorridas por pessoas do campo e da cidade. Da vizinha Póvoa concorre ali toda a pescaria. É vê-los calcorrear  a estrada em toda noite de véspera. Os homens com os seus trajes tradicionais, os seus fatos de baeta branca, e as suas boinas; as mulheres fazendo lembrar cabaças andantes, com as suas saias pelos ombros, uns e outros em ranchos que percorrem o caminho, dançando, cantando ao som das violas.
                                                               Illustração Villacondense, VIII-1912

É hoje que tem lugar a festa a Santa Eufémia, no Monte Grande, freguesia de Guilhabreu, prolongando-se amanhã e terça-feira. Abrilhantam esta festa as conceituadas bandas de música dos Bombeiros Voluntários da Famalicão e a de Paços de Ferreira. Desta Vila e da Póvoa de Varzim costumam afluir àquela festa muitos romeiros...
                                                               O Democratico, 18-IX-1921

Na JUNQUEIRA
      FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, O Villacondense, 6-VI-1910
      FESTA DE S. SEBASTIÃO, O Democratico, 12-IV-1914,
                                                     O Vilacondense, 24-V-1928
      PROCISSÃO DA PENITÊNCIA, O Vilacondense, 10-III-1928, 10-V

Em LABRUGE
       FESTA DE S. PAIO, O Villacondense, 12-VII-1907
       FESTA DE S. TIAGO, O Democratico, 30-VII-1916, 29-VI-1929
       FESTA DE SANTO AMARO, O Democratico, 20-I-1918


Em MACIEIRA
       FESTA DE NOSSA SENHORA DA LAPA, O Democratico,20-VIII-1922

Em MALTA
       FESTA DE SANTA APOLÓNIA, O Democratico, 5-VIII-1927

Em MINDELO
      FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, O Democratico, 8-VII-1917

Em MODIVAS
      FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, O Democratico, 12-VII-1914
      FESTA DE S. ROQUE, O Democratico, 12-VII-1914, 20-VIII-1922, 25-VII-1925

Em RETORTA
       FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, O Villacondense, 24-X-1908
       FESTA DE SANTA LUZIA, O Villacondense, 14-XI-1909,
                                                      O Democratico, 23-XII-1923

 Em RIO MAU
        FESTA DE NOSSA SENHORA DO ALÍVIO, O Democratico, 22-VII-1917

Em  TOUGUES
        FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, O Democratico, 6-VII-1913
        FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, O Vilacondense, 27-XI-1901, 14-XI-1909
        FESTA DE S. VICENTE, O Democratico, 16-I-1921
        FESTA DO SENHOR DO PADRÃO, O Villacondense, 27-VII-1907, 17-IX-1910
                                                                      O Vilacondense, 3-VII-1916

Em TOUGUINHA
       FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, O Democratico, 4-VIII-1918
       FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, Jornal de Villa de Conde, 18-VII-1888
                                                                                 O Villacondense, 27-VII-1907, 2-VIII
       FESTA DE SANTO ANTÓNIO, O Democratico, 17-VI-1917, 29-V-1921
       PROCISSÃO DOS PASSOS, O Vilacondense, 22-III-1928

Em TOUGUINHÓ
       FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, Jornal de Villa de Conde, 11-VII-1888
                                                                                 O Democratico, 30-VII-1916
       FESTA DA VIRGEM DO RESGATE, O Democratico, 28-VI-1914
       FESTA DE S. SEBASTIÃO, O Democratico, 28-VI-1914

Em VAIRÃO
       FESTA DE SANTO OVÍDIO, Jornal de Villa de Conde, 29-VIII-1888
                                                         O Villacondense, 20-VIII-1910
                                                         O Democratico, 29-VIII-1920
      FESTA DE S. BENTO, Jornal de Villa de Conde, 7-VII-1888, 14-VII, 21-VII
                                            O Villacondense, 12-VII-1907, 18-VII-1908, 18-VI-1909, 9-VII
                                            O Correio do Ave, 17-VII-1910
                                            O Democratico, 6-VII-1913, 23-VII-1916, 7-VII-1918, 6-VII-1919,
                                                                       3-VII-1926
                                            A Republica, 20-VII-1913, 16-VII-1927, 23-VII
                                            O Vilacondense, 22-VII-1919, 6-VII-1928, 19-VII
     PROCISSÃO DOS PASSOS, O Villacondense, 19-III-1909
















Na linda e pitoresca freguesia de Vairão, tem lugar, no próximo domingo, a romaria de S.Bento, sem dúvida a melhor do concelho de Vila do Conde e uma das mais concorridas  e animadas do Norte de Portugal. A ela costumam afluir romeiros dos concelhos de Bouças, Porto, Maia, Famalicão, santo Tirso, Póvoa de Varzim, freguesias e localidades daqueles diversos concelhos... Desta Vila, Póvoa de Varzim, Azurara e aldeias limítrofes o contingente é enorme. A festa religiosa consta de missa cantada a órgão e vozes da capela Leal, desta vila, pregando ao Evangelho, o distinto orador sagrado Padre Carlos de Nascimento Pereira, nossos amigo e muito digno abade de Retorta. Tanto neste dia, como no sábado, abrilhantará a festa a afamada Banda Marcial Vilacondense.
                                                                        O Villacondense. 12-VII-1907

Realizou-se, há dias, a romaria tradicional de S. Bento de Vairão, e ainda eram indecisos os alvores da madrugada, já ranchadas de romeiros  seguiam estrada fora, chapéus floridos, saias enfaixadas p´ra não tolherem os volteiros das danças, violas zangarreando, as vozes sonoras desferindo cantigas...
Encheu-se o local amplo e pitoresco, transformado em acampamento alegre e pacífico, cortado de tendas de comércio vário. Por toda a parte, em grupos fraternizadores, romeiros aparceiravam para as delícias da merenda suculenta, regada por largos cangirões grosseiros que vinham desbordando... Improvisavam-se danças, as raparigas volteavam, coradas, o seio arfante, o cabelo em desalinho, nos braços rijos dos rapazes que as arrastavam incansáveis, a lapela florida da vermelhidão dos cravos e o olhar brilhando na malícia dos desejos.
À tarde, começou a debandada e, já noite fechada, ainda rodavam carros e passavam ranchos, num estrépito alegre, as vozes menos frescas, as pernas menos firmes e a saudade do dia folieiro que se extinguia a nublar já os corações...
                                                                       Illustração Villacondense, VII-1911

Em VILAR
      FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, O Villacondense, 26-VII-1928

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Antigas Festas, Procissões e Romarias

Aqui se apresentam as Fontes da nossa Imprensa local (e não apenas a indicação heurística) para servir o investigador que venha, algum dia, a centrar o seu interesse no estudo das Festas (as religiosas, mas também algumas cívicas) que o Povo de Vila do Conde realiza, desde tempos antigos do crepúsculo da Monarquia Portuguesa (Anos 70 do século XIX) ao termo da época da Primeira República (princípios dos Anos 30 do século XX). Quem diz Festas Religiosas, diz Procissões e Romarias não raramente manifestações mais importantes da crença, da devoção, do sentimento e da alegria da nossa Gente.

Primeira parte
AS FESTAS
RELIGIOSAS
NA VILA

FESTAS DOS SANTOS POPULARES
O Correio do Ave, 30-VI-1912
O Vilacondense, 28-VI-1928
O Democratico, 23-VI-1932

FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO
O Correio do Ave, 14-VIII-1874, 22-IV-1909, 20-VIII, 3-IX, 10-IX, 28-VIII-1910, 27-VIII-1911, 26-IX-1915
Commercio de Villa de Conde, 10-II-1907
Jornal de Villa de Conde, 15-VIII, 1888, 22-VIII
Illustração Villacondense, IX-1910
O Vilacondense, 20-VIII-1916, 27-VIII. 2-IX, 10-IX, 29-VIII-1917, 28-IV-1928, 2-VIII
O Villacondense, 25-X-1906, 15-IX-1907, 18-VII-1908, 8-VIII, 17-VIII, 28-VIII, 11-IX, 28-VIII-1909, 11-IX, 3-IX-1910
O Fluvial, 3-IX-1909
A Republica, 27-VIII-1911, 7-VII-1912, 3-VIII-1913, 24-VIII, 31-VIII, 7-IX, 21-IX, 30-VIII-1914, 13-IX, 11-VII-1915, 25-VII, 19-IX, 22-IX, 2-IX-1917, 9-IX, 16-IX, 31-VIII-1919, 7-IX-1920, 19-IX, 10-VIII-1924 a 21-IX, 4-IX-1926, 22-V, 1-IX-1928, 27-VI-1931
O Democratico, 9-IX-1923, 6-IX-1924, 21-IX, 24-VIII-1929, 7-IX, 20-VII-1935, 26-VII, 2-VIII, 9-VIII
A União, 4-IX-1926
Vila do Conde, IX-1928















Exceptuada a majestosa procissão de Cinza, nos anos em que ela aqui se realiza, nenhuma outra procissão nem outras festas de carácter religioso se fazem nesta vila, que sejam tão concorridas como têm sido nos últimos anos as festas realizadas a Nossa Senhora do Carmo...
É grande a devoção nesta vila por Nª Sª do Carmo que se venera na capela que pertenceu ao hospício, que os frades da Ordem do mesmo nome aqui tinham e que extinto em 1834, em cumprimento do decreto que aboliu as Ordens Monásticas, foi nele em 1837 instalado o tribunal judicial.
Ignoramos se em seguida à extinção do hospício o culto cessou por algum tempo na igreja ou capela que lhe pertencia, mas sabemos que há mais de  50 anos para cá, que o culto, se algum tempo esteve suspenso, ali se tornou a restabelecer, tendo-se feito no dia próprio anualmente com mais ou menos brilho, além doutras festas, a de Nª Srª do Carmo que, em alguns anos, como no último e no corrente, têm atingido um grau de brilhantismo que entre o das festas religiosas que se costumam fazer nesta vila, só pode ser comparado com o que em alguns anos têm sido feitas as festas a S. João Baptista, orago da freguesia e vila...
A concorrência do povo desta vila, das freguesias vizinhas e doutras localidades, tanto às iluminações do sábado à noite, como à vistosa procissão realizada no domingo, foi grande.
                                                                       O Commercio de Villa de Conde, 22-IX-1907

As Festas do Carmo são para a nossa terra o que as das Cinzas são para Barcelos, as da Assunção para a Póvoa, as da Agonia para Viana, etc, e por isso elas devem de estar à altura dos nossos brios, e do nosso valor.
                                                                        A Republica, 18-II-1923

FESTA DE NOSSA SENHORA DA GUIA
Jornal de Villa de Conde, 1-II-1888, 8-II
O Bem Publico, 9-II-1899
O Villacondense, 4-II-1900, 26-I-1908, 6-II-1909
O Correio do Ave, 19-VI-1910
O Democratico, 1-II-1914, 24-I-1915, 23-I-1916, 4-II-1917, 3-II-1918, 30-I-1921
A Republica, 13-VIII-1927
















De manhã, houve missa solene com Sacramento exposto. Ao Evangelho, subiu ao púlpito o reverendo António Dias da Costa Barbosa, abade de Refojos. O ilustre orador  prendeu a atenção dos auditores com a sua palavra fluente, fácil e convincente, expondo a largos traços a desvelada protecção que a Virgem concede aos pescadores, a esses intrépidos lutadores que a cada passo vêem em toda a realidade ameaçadora e sinistra, a profundidade do abismo, como que abrindo a sua enorme boca para os tragar. De tarde, afluiu ao pitoresco local, onde está situada a capela, uma enorme multidão de romeiros... Entretanto que os fiéis depunham no altar da Virgem a sua prece fervorosa e ardente, o mar contava-lhe o hino triunfal, pela boca alvíssima, espumante das suas vagas irrequietas.
                                                                   Jornal de Villa de Conde, 8-II-1888

Nos próximos dias 1 e 2  de Fevereiro, realiza-se nesta vila a brilhantes festa a Nossa Senhora da Guia, a protectora dos navegantes, que com todo o fervor e devoção é venerada na sua capela, edificada sobre a penedia, logo abaixo da foz do rio Ave, na costa do Atlântico. Eis resumidamente o programa:
Dia 1 Ao romper d'alva e ao meio dia, girândola de foguetes anunciarão a festa. Ao meio dia, dará entrada a Banda Marcial desta vila. Às 3 horas, realiza-se a procissão, a qual percorre o itinerário do costume. À noite, a banda de música, na forma dos mais anos, cumprimentará os mesários e mais devotos.
Dia 2 Às 10 da manhã, celebrar-se-á missa cantada na capela, havendo sermão no Evangelho. De tarde, terá então lugar o grande arraial tocando a mencionada banda num elegante coreto, as melhores peças do seu tão apreciado reportório, em frente à capela.
                                                                      O Villacondense, 26-I-1908

FESTA DE S. JOÃO BAPTISTA
O Correio do Ave, 28-VI-1872, 22-VI-1880, 22-VI-1883, 24-VI-1909
O Globo, 2-VII-1883
Jornal de Villa de Conde, 13-VI-1888, 20-VI, 27-VI
O Ave, 18-V-1892
O Villacondense, 21-VI-1878, 27-VI, 20-VI-1908, 18-VI-1909, 25-VI-1910
O Democratico, 22-VI-1913, 29-VI, 28-VI-1914, 13-VI-1915, 20-VI, 27-VI,  23-VI-1918, 30-VI, 27-VI-1920, 9-VI-1921, 2-VII-1922, 8-VII-1923, 9-VII-1924, 29-VI-1929
A Republica, 1-VII-1917, 23-VI-1918, 22-V-1926
O Vilacondense, 20-VI-1928 
Vila do Conde, VII-1929
















Vem de séculos a devoção do nosso povo pelo Santo Precursor. Dos nossos dias conservam na memória  gratas recordações do que foram as festas na véspera e dia deste Santo, nesta vila, no tempo de João Lopes Baptista...
Nesse tempo, pouco depois do Natal, as rendilheiras começavam a confundir os sons monótonos dos bilros com as alegres trovas ao S. João, entoadas nessa música toda local, à qual para ser um hino apenas lhe falta um ritornello. Mais tarde, os sinos da torre da igreja tocavam alegremente chamando os devotos e devotas às novenas do Santo, o que há cerca de 15 anos está mal entendidamente abolido.
No dia do Santo, depois de recolhida a procissão, a música acompanhada pelo rancho de raparigas, seguia para um pequeno montado, que faz parte da cerca de fora, que pertencia às freiras, e daí viam as freiras, educandas e criadas trazerem em procissão a imagem do Santo para a sua capela, na cerca de dentro. Depois, o rancho que estava com a música no referido montado, alternava com as freiras e a música as suas cantigas ao Santo, o que durava até ao fim da tarde. Os que não queriam ir mais longe, até à cerca, ficavam sentados nas guardas da rampa da ponte caída e daí desfrutavam o torneio de cantigas entre o rancho e o pessoal do convento. Na debandada, agitavam-se os lenços de parte a parte, e todos retiravam, como se tivesse caído o pano no último acto duma festa da infância, toda entretecida de afectos sinceros e de esperanças fagueiras.
                                                               O Villacondense, 18-VI-1909

As festas de S. João... A alegria que as encheu, a mocidade que nelas vibrou, o entusiasmo que acordou da modorra dos seus soalheiros dominados a gente trôpega da nossa terra, e trouxe sorrisos a lábios de austera sisudez, e pôs lágrimas de comoção nos olhos evocadores dos velhos, haviam de fazer que elas fossem magníficas e deixassem essa impressão geral  e sentido agrado que nenhuma discordância atenuou.
Rixas de raparigas, contendas de rapazes, duelos gentis de brios e caprichos vários, tudo isso que p'ra aí houve a propósito dos Ranchos, só serviu a criar e a afervorar o entusiasmo que depois lhes garantiu o êxito esplêndido. Porque tendo cada um dos grupos o desejo de ser o melhor, ambos colaboraram afinal no mesmo sucesso e ambos partilharam de glória de o terem alcançado. Que via a Praça, que viva o Monte, que vivam as raparigas e os rapazes que nos deram dias da nossa velha alegria ressurgida e como que recomeçada!
                                                                A Republica, 27-VI-1920


PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS
O Villacondense, 21-VI-1878, 27-VI, 14-V-1910
O Correio do Ave, 18-V-1883, 29-V-1910
Jornal de Villa de Conde, 11-VI-1887, 30-V-1888, 2-VI
O Democratico, 6-VI-1915














Ontem, teve lugar na igreja matriz desta vila a festividade do Corpus Christi com a sua costumada pompa e esplendor.
Pela manhã, houve missa cantada, acompanhada a grande instrumental, exposição do SS. Sacramento e, pelas seis horas da tarde, saiu a aparatosa procissão, que ia acompanhada por dois anjinhos, e avultado número de eclesiásticos.
Atrás do pálio, ia encorporada a a ex.ma Vereação deste concelho, bem como diferentes empregados de repartições públicas.
                                                                  O Villacondense, 21-VI-1878

Saiu, na quinta-feira, pelas 6 horas da tarde, da igreja matriz desta vila a procissão do Corpus Christi.
Abria o préstito a imagem de S. Jorge, seguida do seu estado maior. Seguiam-se várias confrarias, em número de dezanove, 3 das quais das freguesias rurais.
Após estas, ia o pálio. Seguia-se o corpo judicial representado pelos ex.mos srs. drs. juiz de direito, delegado do procurador régio, contador e escrivães e oficiais de diligências; administrador substituto, governador do castelo.
A Câmara era representada pelos srs. Luís Carvalho, Barão Vasco, Luís de Sousa, José Balão e Marcelino Gomes. Seguia-se depois a acreditada filarmónica do snr. Moura.
O dia estava esplêndido, e houve grande concorrência de povo de todo o concelho. As janelas estavam adornadas com colgaduras de damasco, e com formosíssimas senhoras, ostentando magníficas e vistosas toiletes de verão.
                                                                    Jornal de Villa de Conde, 11-VI-1887


PROCISSÃO DO SENHOR DOS NAVEGANTES
O Bem Publico, 3-X-1895
O Correio do Ave, 2-X-1910, 7-XI-1915
O Villacondense, 11-X-1907, 2-X-1908, 1-X-1910
O Democratico, 5-X-1913, 4-X-1914, 6-X-1918, 22-II-1920
O Vilacondense, 1-X-1916




















No aprazível e excelente lugar das Cachinas, festejar-se-á, domingo próximo, com todo o luzimento e brilhantismo católico, a imagem do Senhor dos Navegantes. Na véspera, percorrerão o lugar da Poça da Barca e ruas desta vila, duas bandas de música, anunciando assim a grande festa da classe piscatória daquele sítio, sempre disposta a colher dos seus produtos o necessário para solenizar com a maior imponência possível, o seu excelente e divino Protector, o Senhor dos Navegantes.
De manhã, ao raiar d'aurora, serão lançadaa ao ar dúzias de foguetes, dum dos mais acreditados e hábeis pirotécnicos destes arredores, havendo depois, às 9 horas, missa cantada a grande instrumental e sermão pelo nosso simpático amigo e talentoso orador sagrado, o rev. dr. Acácio Ferreira Barbosa; de tarde, grande arraial...
Consta-nos que a classe piscatória das Cachinas, para dar ao arraial um tom mais festivo e alegre, embandeirará todos os barcos ali existentes, e escolherá dentre os seus colegas, os melhores cantores para descantes populares.
                                                                    O Bem Publico, 3-X-1895

Hoje e amanhã, realiza-se, à beira-mar, no lugar das Cachinas, desta vila, uma atraente e sumptuosa festividade ao Senhor dos Navegantes, cuja imagem é ali muito venerada, em capela privativa, pela classe piscatória daquele lugar, e do lugar da Poça da Barca, que lhe fica limítrofe.
À noite, haverá música no mesmo arraial, estando o coreto, a frontaria da capela e as ruas adjacentes vistosamente iluminadas. No domingo, às 10 horas, há missa solene a grande instrumental e sermão por um distinto orador sagrado.
Desta vila, Póvoa de Varzim e aldeias circunvizinhas, concorre ali muitíssima gente. A par de um esplêndido passatempo, é um lindíssimo passeio.
                                                                     O Villacondense, 1-X-1910

FESTA DE NOSSO SENHOR DA AGONIA
O Villacondense, 21-VI-1878, 25-V-1907, 12-VI-1908
O Correio do Ave,  25-V-1883, 22-V-1910-29-V-, 18-VI,1911
Jornal de Villa de Conde, 25-V-1888, 30-V
O Ave, 9-V-1892
O Democratico, 24-V-1914, 3-VI-1917, 10-VI
O Vilacondense, 28-VI-1928

FESTA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
Jornal de Villa de Conde, 6-VI-1888
O Democratico, 30-VI-1918

FESTA DO CORAÇÃO DE JESUS
O Villacondense, 27-VI-1878
O Correio do Ave, 24-V-1889
O Democratico, 8-VII-1917, 31-X-1920

FESTA DO SENHOR DO BONFIM
Jornal de Villa de Conde, 21-IV-1888
O Villacondense,11-II-1900, 20-X-1907

FESTA DA MADRE DE DEUS
O Corrreio do Ave, 23-IV-1889

PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS
O Correio do Ave, 20-II-1880, 4-III-1909, 10-III, 15-III-1914
Jornal de Villa de Conde, 25-II-1888, 29-II
O Villacondense, 8-IV-1900, 21-III-1908, 5-III-1909, 12-III, 9-IV
O Democratico, 13-II-1910, 19-II, 26-II, 1-III-1914, 28-II-1915, 7-III, 23-I-1916, 22-III-1925
O Vilacondense, 2-III-1928

FESTA DO ESPÍRITO SANTO
O Correio do Ave, 7-VI-1889
O Ave, 9-VI-1892
O Villacondense, 1-VI-1907
O Vilacondense, 1-VI-1928, 8-VI

FESTA DA SENHORA DA BOA MORTE
Jornal de Villa de Conde, 29-VIII-1888
O Correio do Ave, 30-VIII-1889, 3-IX-1909, 31-VIII-1915
O Villacondense, 2-VIII-1907, 10-VIII, 8-VIII-1908, 28-VIII, 21-VIII-1909, 28-VIII, 20-VIII-1910
O Democratico, 16-VIII-1914, 4-VIII-1918, 10-VIII-1919, 17-VIII-1920, 29-VIII   
O Vilacondense, 10-VIII-1928

FESTA DE NOSSA SENHORA DOS PESCADORES
O Democratico, 15-IX-1918, 6-X, 28-X-1923

FESTA DO SANTÍSSIMO CORAÇÃO DE MARIA
Jornal de Villa de Conde, 13-VI-1888
O Ave, 9-VI-1892

FESTA DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS
Jornal de Villa de Conde, 5-IX-1888, 12-IX

FESTA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM
O Villacondense, 27-VII-1907, 2-VIII, 10-VIII, 20-VIII-1908, 20-VIII
O Correio do Ave, 17-VI-1909, 13-VIII

FESTA DE NOSSA SENHORA DO SOCORRO
Jornal de Villa de Conde, 17-XI-1888
O Bem Publico, 20-XI-1896
O Democratico, 23-XI-1913, 28-XI-1915

FESTA DE NOSSA SENHORA DAS ANGÚSTIAS
O Correio do Ave, 30-X-1881
O Ave, 19-V-1892

FESTA DA VIRGEM DAS DORES
Jornal de Villa de Conde, 19-IX-1888, 22-XII
O Democratico, 21-IX-1919

FESTA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE
Jornal de Villa de Conde, 9-V-1888
O Correio do Ave, 7-V-1889

FESTA DA SENHORA DA LAPA
O Ave, 15-IX-1892
O Villacondense, 15-IX-1907
O Democratico, 29-IX-1925, 17-VIII-1928

FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Jornal de Villa de Conde, 10-XII-1887, 12-XII-1888
O Bem Publico, 12-XII-1898
O Villacondense, 11-XII-1909
O Democratico, 7-XII-1913, 8-XII-1918, 21-XII-1919
O Vilacondense, 26-XI-1916

FESTA DE NOSSA SENHORA DO DESTERRO
Jornal de Villa de Conde, 28-IV-1888
O Correio do Ave, 10-V-1889, 18-IX-1910
O Ave, 19-V-1892
O Villacondense, 17-IX-1910, 24-IX
O Democratico, 1-I-1914

FESTA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE
Jornal de Villa de Conde, 13-VIII-1887, 8-VIII-1888
O Democratico, 29-VIII-1920

FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
O Villacondense, 6-II-1909, 31-X-1910
O Democratico,19-IV-1914, 5-XII-1920

FESTA DE S. JOSÉ
O Partidario, 26-X-1899
O Villacondense, 27-VII-1907, 9-IX
O Democratico, 15-II-1914, 1-III, 22-III, 24-V, 7-II-1915, 10-II-1918, 13-II-1921

FESTA DE S. TIAGO
Jornal de Villa de Conde, 25-VII-1888
O Villacondense, 8-VI-1907
Correio do Ave, 26-VII-1914
O Democratico, 19-VII-1914, 26-VII

FESTA DE S. MARÇAL
O Democratico, 6-VII-1913

FESTA DE S. SEBASTIÃO
O Villacondense, 29-I-1905, 20-I-1908
O Vilacondense, 18-II-1917
O Democratico, 1-VI-1919

FESTA DE S. BENTO
O Ave, 15-IX-1892
O Correio do Ave, 25-III-1909
O Democratico, 21-VII-1918

FESTA DE SANTA CATARINA
Correio do Ave, 28-XI-1882, 29-IV-1909, 30-IV-1911, 23-I-1916, 30-I
Jornal de Villa de Conde, 24-XI-1888, 28-XI
O Villacondense, 29-I-1905, 30-IV-1909
O Democratico, 16-I-1916, 19-V-1918, 23-III-1929

FESTA DE S. PEDRO
O Villacondense, 27-VI-1878, 5-VII-1907, 2-VII-1910
O Globo, 2-VII-1883
Jornal de Villa de Conde, 29-VI-1887, 2-VII, 27-VI-1888, 30-VI
O Vilacondense, 6-VII-1928, 28-VI
O Democratico, 6-VII-1913, 28-VI-1914, 8-VII-1917, 16-VI-1918, 22-VI-1919, 18-VI-1922, 9-VII-1924

FESTA DE SANTO ANTÓNIO
O Vilacondense, 21-VI-1878
O Ave, 9-VI-1892
A Razão, 12-VI-1901
O Democratico, 14-VI-1914, 8-VII-1923

FESTA DE S. BRÁS
Jornal de Villa de Conde, 8-II-1888
O Bem Publico, 9-II-1899
O Partidario, 3-II-1905, 10-II
O Villacondense, 14-II-1908, 6-II-1909, 13-II
O Democratico, 1-II-1914, 3-II-1918
Correio do Ave, 5-III-1916

SOLENIDADES DA SEMANA SANTA
O Correio do Ave, 30-IV-1886, 15-IV-1909, 16-IV-1911
Jornal de Villa de Conde, 4-IV-1888

JUBILEU DAS QUARENTA HORAS
O Bem Publico, 9-II-1899
Correio do Ave, 25-II-1909

PROCISSÃO DE CINZA
Correio do Ave, 11-II-1876, 3-III, 17-II-1880, 15-I-1910-20-II
O Villacondense, 4-II-1900, 19-II-1910
O Democratico, 14-III-1915
O Vilacondense, 14-II-1917, 5-IV-1928
















A procissão de Cinza que saiu na quarta-feira da igreja da Ordem 3ª de S. Francisco desta vila, percorreu, na forma do costume, as ruas das Donas, de S. João, Barroso, Praça Velha, da Costa, da Igreja, de S. Bento, do Carmo, dos Prazeres, Casa da Alfândega e das Lavandeiras, Campo da Feira, rua de Santo Amaro, e finalmente de S. Francisco. Saiu às 2 horas da tarde e recolheu às 5.
Ia imponente e majestosa, sendo concorridíssima de irmãos da Ordem com os seus hábitos, pois que são os que unicamente conduzem os seus onze andores, uns que demandam seis, outros oito, outros dez, doze e quatorze, e as alas nos intervalos. Os anjinhos e as figuras de Adão e Eva, da dama que levava a árvore do Paraíso, bem como a que levava a taça da cinza, iam todas rica e primorosamente vestidas, como já é proverbial nesta vila o gosto de vestir estas figuras. Depois do estandarte com a  inscrição Penitência e a cruz da  irmandade a que se seguiam em alas os irmãos pupilos e noviços da Ordem, entre as quais apareciam as figuras acima, separados por alas de irmãos e por anjinhos com as insígnias respetivas do Santo, iam os andores seguintes:
Nossa Senhora da Conceição, levando 5 religiosos franciscanos, encorporados de tamanho natural, um dos quais de joelhos diante da Senhora, representando estas figuras a Ordem franciscana que foi, não só a primeira, mas até a que mais se empenhou em defender a Imaculada Conceição; S. Francisco a dar a regra da Ordem a dois, chamados, vulgo, os bem casados; Santa Margarida de Cortona; Santa Isabel, rainha da Hungria; Santa Isabel, rainha de Portugal; S. Roque; Santo Ivo; S. Carlos Borromeu; S. Luís, rei de França; S. Francisco a receber as chagas; e o dos Cardeais ou S. Francisco morto.
Seguia-se mesa e o Santo Lenho debaixo do pálio, a cujas varas iam os irmãos ex-ministros, terminando pela banda da música e uma força de Infantaria 10. No fim, houve sermão pregado pelo rev. sr.padre João dos Reis Cerqueira.
Foi imenso o povo que veio ver a procissão, e apesar da grande afluência pelo caminho de ferro, ainda se viam cerca de 40 trens, vindos do Porto. Entre esta vila e a Póvoa, andou o trem contínuo do caminho de ferro, além dos americanos  e char-a-bancs.
                                                                   O Correio do Ave, 3-III-1876

A concorrência foi, como prevíamos, extraordinária, estendendo-se em filas compactas por todas as ruas do trajecto. Os comboios estabelecidos, longos e acogulados, não bastaram, e novos comboios foi preciso organizar, principalmente para o regresso. Além dos comboios, automóveis e carros trouxeram, de toda a parte, uma multidão transbordante que encheu esta vila pacata duma animação alegre. Pelas margens do Ave, no Cais e na Avenida Júlio Graça, estabeleceu-se um verdadeiro arraial, porque muita gente por estes lugares acampou, a consumir repousadamente os farnéis. Hotéis e casas de pasto gastaram todas as as suas provisões, fazendo um excelente negócio. E apesar de toda esta concorrência, não se registou um conflito, uma desordem, um furto.
A procissão saiu à hora fixada, com os seus treze andores, o seu figurado e longo acompanhamento de irmãos, recolhendo pouco depois das cinco horas à igreja da Ordem. Para manter a ordem e dar caça à gatunagem esteve aí uma força de polícia, sendo todo o serviço dirigido pelo sr. administrador do concelho.
                                                                    A Republica, 14-III-1915

FESTA DE S. FRANCISCO
O Correio do Ave, 9-X-1874, 11-X-1889
Jornal de Villa de Conde, 5-X-1887, 10-X-1888

FESTA DE SANTA CLARA
O Correio do Ave, 18-VIII-1874

FESTA DO RAIO
O Correio do Ave, 30-XI-1883
Jornal de Villa de Conde, 7-XII-1887, 5-XII-1888
O Partidario, 29-XI-1902

FESTA DA HORA
O Ave, 27-V-1892

ROMARIA DE SANTO AMARO
Jornal de Villa de Conde, 11-I-1888
O Villacondense, 29-I-1905, 15-I-1910
O Correio do Ave, 15-I-1910, 23-I
O Democratico, 25-I-1914, 24-I-1915, 18-I-1919, 21-I-1922
O Vilacondense, 14-I-1917
A Republica, 19-I-1919















Durante o dia, uma multidão enorme de romeiros enchia o apertado local em que está situada a capela, e na rua de D. Luís I, desde pela manhã até à noite, uma longa linha de fiéis caminhava alegre e jubilosa em direção ao arraial, onde a multidão ouvia silenciosamente as melhores peças do reportório do sr. Silvestre Cunha, cuja filarmónica tocava no local.
E enquanto isso sucedia cá em baixo, na nossa pacata e formosa terra, lá em cima, alto. muito alto, no firmamento de um azul puríssimo, diáfano, o belo sol, quente. brilhante, espargia a sua luz sobre a humanidade, sobre a pobre humanidade que nesse tempo, na actual estação, poucas vezes tem o doce prazer de receber os seus raios luminosos.
                                                                    Jornal de Villa de Conde, 18-I-1888

Foi muito memorável em Vila do Conde esta romaria de Santo Amaro. E foi porque simultaneamente se realizava um mercado anual de grande renome e importância, acorrendo a um e outra não só os povos deste concelho, como ainda dos concelhos limítrofes e de mui afastadas terras do país. Com as dificílimas e incómodas vias  de comunicação existentes até o meado do século passado, uma romaria que tinha sempre lugar na época do mais intenso inverno, e nos dias mais curtos, sem dúvida que havia de ser acompanhada de larga fama, e não podia limitar-se a um só dia. A romaria atraía os povos para a feira, e esta consubstanciava a romaria. Todas estas circunstâncias determinavam que, durante três dias consecutivos, houvesse a romaria e feira de Santo Amaro de Vila de Conde.
                                                                      A Republica, 19-I-1919

sábado, 5 de agosto de 2017

Património Cultural em Imagem (LI)


Os vários suspensores (como este) que na Matriz seguram candeeiros poderão ser artesanato reminiscente de cultos pagãos da antiga Roma (como opinava Rocha Peixoto, em 1902). É estranho que Mons. J.  Augusto Ferreira não tenho dito nada sobre o assunto. Seguramente, foram peças que agradaram à mentalidade portuguesa do final do século XIX, tão atreita ao gosto decorativo de motivos chineses. Remontam, no entanto, a tempos mais recuados estes ganchos com forma de dragões, certamente "emblemas e figuras típicas que revelam a sua antiguidade" (O Ave, 9-VI-1892). E nada obsta aceitar que tenham chegado a Vila do Conde, na época quinhentista de Gaspar Manuel, para neles se pendurarem "lâmpadas e lampadários" (Livros da Imposição da Igreja Matriz, I, Dezembro de 1603).